Sem a oração nossa atividade converte-se em puro ativismo
Bento XVI continua sua reflexão sobre a oração

Por Maria Emília Marega

Bento XVI continuou sua reflexão sobre a oração durante a catequese dirigida aos fiéis e peregrinos reunidos, nesta quarta-feira, na Praça de São Pedro, para a tradicional Audiência Geral.

O Papa recordou que a catequese anterior mostrou as difíceis situações às quais a “Igreja procurou dar respostas à luz da fé, guiada pelo Espírito Santo”. Nesta quarta, a reflexão foi sobre a oração, que é prioridade para os cristãos, como narrado por São Lucas nos Atos dos Apóstolos(Cfr Ato 6).

Os apóstolos “cientes de que a prioridade da missão era o anúncio da Palavra de Deus”, não ignoravam o mandato de Jesus: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Duas realidades que devem ser vivas na Igreja – “o anúncio da Palavra e a caridade concreta” ,disse o Santo Padre, "criavam dificuldade" e era preciso encontrar uma solução para que ambas ocupassem seus devidos lugares, a “necessária relação entre elas”.

Por isso, continuou o Pontífice, foram escolhidos “sete homens de boa fama para serviço da caridade, ao passo que os Apóstolos se dedicariam inteiramente à oração e ao serviço da Palavra”. Estes devem gozar não apenas de “boa reputação”, mas devem ser “cheios do Espírito Santo”, ou seja, não apenas “organizadores que sabem fazer”, mas fazer no “espírito da fé, com a luz de Deus, na sabedoria do coração”.

Bento XVI citou o seguinte episódio, narrado por Lucas: “Marta, Marta, tu te inquietas e te agitas por muitas coisas; no entanto, pouca coisa é necessária, até mesmo uma só. Maria, com efeito, escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada"(Cfr Lucas 10, 41-42). Este e outros episódios nos ensinam que, “no meio das atividades de cada dia, não devemos perder de vista a prioridade da nossa relação com Deus na oração”.

O Papa recordou que “num mundo acostumado a avaliar tudo segundo os critérios da produtividade e eficiência”, devemos lembrar que, “sem a oração, a nossa atividade se esvazia, convertendo-se em puro ativismo, que nos deixa insatisfeitos.

A passagem dos Atos dos Apóstolos nos recorda a importância do trabalho que, sem dúvidas, cria um verdadeiro e próprio ministério, no empenho das atividades quotidianas “desenvolvidas com responsabilidade e dedicação”, mas também mostra a nossa “necessidade de Deus”.

A oração deve ser para nós como que a respiração da alma e da vida”, afirmou o Santo Padre.



Fonte: Zenit. CIDADE DO VATICANO. 25 de abril de 2012. www.zenit.org




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